VÍDEO | Coreógrafo denuncia homofobia após igreja de Feira de Santana cancelar workshop de dança

A atividade foi suspensa após pressão de membros da igreja, segundo relato do coreógrafo nas redes sociais.

Foto: Reprodução/Instagram

O bailarino e coreógrafo profissional Marcos Cerqueira usou as redes sociais, no último domingo (15), para relatar um episódio de preconceito e homofobia envolvendo uma igreja evangélica de Feira de Santana. Ele afirma que teve sua participação em um evento cancelada devido à sua orientação sexual. [ASSISTA AO VÍDEO NO FINAL DA MATÉRIA]

Segundo Marcos, ele havia sido convidado por uma amiga para ministrar workshops de dança em um evento organizado pela igreja. A atividade chegou a ser divulgada nas redes sociais. No entanto, no dia 6 de junho, a amiga o procurou, visivelmente desconfortável, para informar que o evento havia sido cancelado. O motivo, de acordo com ela, seria o fato de Marcos ser homossexual.

Ainda segundo o relato, membros da igreja teriam visto a divulgação e demonstrado desconforto com a presença de um homossexual como ministrante do workshop. A liderança da igreja, então, optou por cancelar todo o evento.

“Fiquei muito chateado. Eu não criei barreiras para dialogar com a igreja, como a igreja criou barreiras para me receber dentro desse espaço”, desabafou Marcos em vídeo publicado nas redes. Ele também refletiu sobre como instituições religiosas têm lidado com pessoas LGBTQIA+ em seus espaços. “Será que esses homossexuais dentro da igreja são coagidos, reprimidos ou obrigados a esconder sua sexualidade?”, questionou.

Marcos levantou ainda dúvidas sobre como os fiéis são orientados a lidar com familiares homossexuais e se, em caso de alguém LGBTQIA+ desejar se aproximar da igreja, esse acolhimento de fato aconteceria. “Se eu quisesse me aproximar da igreja, conhecer mais o evangelho, eu seria posto para fora desse espaço?”, disse.

Em seu relato, ele também fez um alerta sobre as consequências emocionais de episódios como esse. “A igreja fechou todas as portas para que um homossexual entrasse no seu espaço”, afirmou. Marcos destacou que esse tipo de rejeição pode contribuir para o adoecimento psicológico e até para casos de suicídio.

A igreja envolvida no caso ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido.

Assista ao vídeo: