Auxílio emergencial e antecipação do 13º: como gerir seu dinheiro na crise

Foto: divulgação

A Caixa Econômica Federal já contabiliza cerca de 24 milhões de brasileiros beneficiados pelo auxílio emergencial de R$ 600, apelidado como “coronavoucher”. 

Destinado às categorias de trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, segundo informações retiradas da página oficial da Caixa, o coronavoucher ou “auxílio emergencial” foi lançado pelo Governo Federal afim de proteger financeiramente os mais afetados pela crise — consequência da pandemia de coronavírus (COVID-19).

Com direito a 3 parcelas no valor fixo de R$ 600,00 — que serão pagas até o final de maio — a Dataprev registrou mais de 43 milhões de cidadãos elegíveis para receber o benefício. 

“Para todos os benefícios (auxílio emergencial, 13º), guarde pelo menos 10% do valor adquirido”

Segundo o consultor empresarial e gestor de negócios Alex Cruz, a divisão do auxílio em parcelas é uma proposta do Governo Federal para manter financeiramente o trabalhador enquanto o mercado apresenta instabilidade e incertezas de quando vai retornar solidamente. 

Não há uma comprovação exata de quando o mercado vai se restabelecer. A pandemia de coronavírus pode demorar mais tempo ou menos tempo, assim como o auxílio emergencial. Portanto, é necessário que você pague dívidas essenciais e reserve pelo menos 10% desse valor”, explica. 

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apontam que oito em cada dez brasileiros podem perder parte da renda devido à crise. Ciente desse cenário e evitando o estágio de falência, Alex aconselha que microempreendedores, autônomos e demais categorias beneficiados pelo “coronavoucher” e que possam poupar, criem uma reserva mínima para se manter caso a crise se estenda. 

Pense financeiramente em 3 a 6 meses na frente, sempre. Não use por enquanto, de forma alguma, esse auxílio para esbanjar nas compras, fazer reformas ou qualquer gasto desnecessário. Descarte também a ideia de quitar dívidas antigas, depois você se encarrega disso. Esse R$ 600 devem ser usados somente em despesas básicas, para que você não deixe de viver. Após isso, com cautela, você pensa em como usá-lo melhor”, aconselha. 

Alex entende que a gestão financeira a longo prazo evita complicações no futuro enfraquecido do mercado. Para quem ainda pode poupar nessa situação, o consultor indica começar uma “cultura de reserva”. 

Pense em como seria o coronavoucher se fosse vinculado ao FGTS. Entre esses R$ 600, imagine um valor de 8% descontado na sua folha de pagamento, sem poder usar de nenhum modo e coloque essa parte do valor na poupança. Em vez de fazer as contas das despesas com R$ 600, você já propõe quitar as dívidas com o valor de R$ 500, guardando a diferença”, elucida. 

Mesmo com a antecipação de 50% no valor do 13º salário nesta sexta (24) pelo INSS, Alex mantém o pensamento de economizar. “Comece agora o hábito de poupar por causa das incertezas na economia e no setor do trabalho. Para todos os benefícios (auxílio emergencial, 13º), guarde pelo menos 10% do valor adquirido, até chegar em 30%”, conclui.