Avião que caiu com Marília Mendonça não tem caixa-preta, afirma Cenipa

Ainda segundo o órgão, todas as evidências que podem ser usadas na investigação foram retiradas da aeronave; agora eles aguardam a remoção do avião para o aeroporto em que deveriam ter pousado.

Foto: JN

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou, na tarde deste sábado (6), que o avião que caiu matando a cantora e compositora Marília Mendonça e mais quatro pessoas não tem caixa-preta.

 

Segundo o órgão, na aeronave foi encontrado um spot geolocalizador para ser confrontado com o plano de voo. Essa é umas evidências que poderá ajudar a entender as causas do acidente que aconteceu na tarde de sexta-feira (5) em Caratinga, no interior de Minas Gerais.

Ainda de acordo com o Cenipa, todas as evidências que podem ser usadas na investigação já foram retiradas da aeronave e que os peritos não vão mais entrar no avião. Agora, o órgão aguarda a remoção dos destroços, que deve ser feita pela PEC Táxi Aéreo para que outra parte da perícia aconteça.

O avião deve ser retirado do local até as 19h deste sábado e levado para o aeroporto em que deveria ter pousado, na cidade de Ubaporanga, que fica a cerca de 2km do local do acidente.

Relatos indicavam riscos em região

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião de Marília Mendonça estava com a documentação em dia e tinha autorização para fazer táxi aéreo.

Nos meses anteriores ao acidente, outros pilotos já haviam relatado aos órgãos aéreos da região que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos chamados Notam (Notificação Aeronáutica), e que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.

Uma testemunha do acidente, que também é piloto, relatou às autoridades que o avião da cantora teria perdido um dos dois motores após colidir contra os fios, e o impacto fez com que a aeronave perdesse sustentação.

Para confirmar os fatores que podem ter contribuído para o acidente, a FAB terá de tomar as seguintes ações:

fazer uma perícia nos destroços do avião;

ouvir testemunhas da decolagem e pouso;

recuperar documentos, dados de inspeções técnicas e de manutenção;

e checar a qualidade do combustível usado na operação.

Em nota, a Aeronáutica informou que “investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), localizado no Rio de Janeiro (RJ), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)” foram deslocados para o local da tragédia para apurar o acidente.

As causas do acidente serão apuradas. Peritos foram enviados ao local pela Aeronáutica e pela Polícia Civil de Minas Gerais.

Adeus precoce

As músicas de Marília Mendonça arrebataram o Brasil com letras e melodias intensas e românticas. Ela liderou uma reviravolta feminina no mercado sertanejo, que impôs mulheres como protagonistas do estilo até então dominado quase apenas por homens, a partir de 2016, no chamado “feminejo”.

Marília nasceu em Cristianópolis (GO) em 22 de julho de 1995. Entre os seus grandes sucessos, que a colocaram como uma das cantoras mais ouvidas do país, estão “Infiel”, “De quem é a culpa?’ e “Eu sei de cor”. Marília deixa um filho, Léo, que completa dois anos em dezembro. Relembre a trajetória.

Notas da assessoria

Por volta das 16h30 de sexta (5), a assessora de imprensa de Marília Mendonça informou ao g1 que a cantora e todos que estavam no avião já teriam sido resgatados e que todos estavam bem. A assessora voltou a confirmar a informação às 16h50. Por volta das 17h15 a assessora disse que havia perdido o contato com o empresário da cantora e que não podia mais confirmar a informação de que ela estava bem. Às 17h45, a assessora informou em nota oficial que a cantora havia morrido.

Antes de embarcar, Marília Mendonça fez um vídeo em que aparecia entrando no avião e publicou no Twitter.

 

Fonte: g1