Preso há sete meses em Feira, motorista por aplicativo alega que dupla invadiu carro e o obrigou dirigir durante assaltos

Caso ocorreu em 2021. Oito pessoas teriam sido assaltadas pela dupla e o carro de Jefferson foi filmado por câmeras na cidade.

Foto: Redes sociais

Desperta Cidade

Um motorista de aplicativo está preso há sete meses no Conjunto Penal em Feira de Santana, por um crime que alega não ter cometido. O homem é investigado por oito assaltos que aconteceram no dia 26 de setembro de 2021.

Na ocasião, Jefferson Bento Santana, de 26 anos, foi preso em flagrante com outros dois suspeitos. No entanto, segundo a família, no dia da prisão, o motorista foi obrigado, por dois homens, a dirigir enquanto os homens realizavam os assaltos.

A família detalha que Jeferson trabalha como técnico em refrigeração em um hospital e, ao encerrar o expediente, aceitou uma corrida por aplicativo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha com destino a UPA de Mangabeira.

“Ele trabalha e nas horas vagas rodava por aplicativo para ajudar na renda da família da gente”, disse a esposa de Jeferson, Raquel Bartira Santana.

Em depoimento à polícia, o motorista contou que os passageiros anunciaram o assalto ao entrarem no veículo e o obrigaram a seguir o trajeto da corrida. No caminho, oito pessoas teriam sido assaltadas pela dupla e o carro de Jefferson foi filmado por câmeras na cidade.

“Nós temos a corrida por aplicativo onde demonstra que o Jeferson estava trabalhando como motorista por aplicativo no momento que foi solicitado uma corrida pelos dois acusados. No depoimento um dos assaltantes, o Marcelo, explica detalhadamente o que aconteceu, com isso informa que o Jeferson não tem relação com o ocorrido e que apenas foi mais uma vítima do fato”, afirmou a advogada Camila Santa Bárbara.

Após os assaltos, Jefferson se jogou do carro em movimento e o veículo seguiu desgovernado até bater em um poste. Ele e os outros dois suspeitos foram presos em flagrante após as vítimas dos assaltos prestarem queixa à polícia.

Por meio de nota, o Ministério Público confirmou que denunciou Jefferson e outros dois homens no dia 4 de outubro de 2021 por resistirem à prisão e cometerem o crime de roubo.

Segundo o MP, ele foi reconhecido pelas vítimas como um dos autores do crime. A defesa do motorista por aplicativo, no entanto, afirma que as vítimas dos assaltos reconheceram Jefferson como a pessoa que dirigia o carro, mas não citaram que ele estava armado ou que teria participado ativamente do roubo.

O MP ainda disse que no veículo foi encontrada uma arma de fogo, aparelhos celulares, dinheiro e uma bolsa com pertences femininos.

Em dezembro do ano passado a defesa do motorista pediu o relaxamento da prisão preventiva, mas o MP emitiu um parecer contrário ao pedido e a prisão foi mantida pela Justiça.

Em fevereiro deste ano, o Ministério Público afirma que também se manifestou contra a concessão de habeas corpus solicitada pela defesa de Jefferson. Por quatro vezes, estes pedidos foram negados pela Justiça.

De acordo com a defesa de Jefferson, o habeas corpus foi negado por um erro de interpretação do caso pelo Ministério Público Estadual.

A presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos em Aplicativo do Estado da Bahia afirma que soube do caso recentemente e que tenta provocar o aplicativo de corridas para auxiliar Jefferson.

No dia 29 de abril, acontecerá uma nova audiência do caso, quando as vítimas e as testemunhas de defesa serão ouvidas.

As informações são do g1